/ Projetos individuais




Nuno Andrade 


Nuno Andrade parte da observação fotográfica de um conjunto de pessoas presentes na estrada nas imediações da sua habitação. Aproximando-se das suas histórias, dos seus hábitos e da forma como habitam “a sua estrada”, opera entre as noções de fotografia documental e mapeamento pessoal, transformando a estrada, espaço de passagem, sem memória, no palco da experiência e das relações entre estas pessoas.

André Fontes


No conto «A Invenção da Amnésia» o subjectivismo do narrador, António Fausto, funde-se com as paisagens de uma viagem de carro até à Arrábida. Num minimalismo cinemático, André Fontes traz-nos uma narrativa acerca da paisagem enquanto diálogo entre o subjectivismo e o mundo exterior.

Miguel Rodrigues


“Faz-se luz pelo processo de eliminação de sombras”.  Com a fotografia tanto se regista a luz com que se constrói uma realidade aparente do mundo, como, ao fixá-la, se transforma a presença num somatório de sombras não representáveis na sua realidade luminosa. Construindo imagens estáticas como mapas de sentido, como memória factual do mundo, a imagem interpõe-se entre o nosso processo de lá estar e essa memória, entre o que “isto foi” e o que isto pode ser.
Cosmogamia explora um terreno próximo da estrada nacional 10, atualmente em obras de requalificação paisagística para aí procurar vestígios dessas sombras irrepresentáveis, do que não chega a ser memória e reconstituir essa experiência a partir desses elementos.

Fernando Brito


Assente na produção de quatro peças audiovisuais correspondentes a quatro itinerários dentro da área balizada pela E.N.10, Fernando Brito centra-se nas tensões entre a representação e a experiência da paisagem. Nesse sentido é constituída uma hipótese a partir do carácter performativo do gesto humano, traduzido pelo acto de caminhar, como modalidade de leitura dessa paisagem a partir da sua inscrição no discurso fílmico. O pensador italiano Giorgio Agamben (1942) no seu texto Notas sobre o gesto (2002) sustenta que o gesto é uma acção infinita que se constitui entre a sua condição performativa no meio cinemático e a natureza performativa do próprio meio. Os gestos de atravessamento do território são pois, considerados como actions ou performances que servem de base para o desenvolvimento das quatro micronarrativas cinemáticas nas quais o autor propõe uma reflexão entre a gestualidade, o cinema e a representação da paisagem.



Alexandre
Alagôa


Alagoa parte de gravações field recording ao longo de caminhadas adjacentes à N10, desconstruindo-as por via de colagens, samples e explorações granulares aliadas à eletrónica ambiente, dando assim origem a uma nova paisagem sonora desvelada pela experiência repetitiva e diária do percurso pela estrada.

Renato Japi


Renato Japi reflete sobre a influência da visão na construção geográfica do espaço (Cosgrove, 2008), explorando através da escultura e da fotografia a forma como as noções de escala e perspetiva operam sobre a perceção do espaço e da arquitetura. Pela natureza do seu trabalho e pela forma como este é disposto nas salas em relação com os restantes trabalhos, as peças apresentadas por Renato Japi estarão sempre em diálogo com o trabalho dos restantes autores, promovendo, desta forma, uma relação de continuidade entre todos os trabalhos presentes neste projeto.